Navegar pelo cenário tecnológico em constante mudança é um desafio para os líderes de TI de hoje, mas nem por isso é preciso enfrentá-lo sem apoio. Na The Work Innovation Summit, os principais executivos de TI do Slack, Zscaler e Asana apresentaram a sua opinião e discutiram estratégias para navegar de forma eficaz pelos avanços tecnológicos, enfocando particularmente a IA. Este resumo de suas experiências traça um roteiro para acolher a mudança, impulsionar a inovação e manter uma vantagem competitiva no ambiente digital dinâmico de hoje.
Para muitas empresas, a questão já não é se devem implementar a IA, mas sim como. Durante a Work Innovation Summit, o nosso painel de TI ponderou sobre como está lidando com os desafios da adoção e implementação da IA. O consenso é que este é um momento para experimentação e exploração ponderadas em torno da IA, não para simplesmente mergulhar de cabeça (ainda).
“[A adoção de tecnologias de IA] é uma prioridade nossa, mas nos aproximamos dela através do filtro de um alicerce de dados sólido. Isso é o que vai impulsionar tudo o que está relacionado ao valor que possamos extrair da IA. [Além disso, é preciso] ter a política certa relacionada à [proteção de dados] e dispor e identificar os casos de uso [de IA] certos.”
“Tenha ponderação [quanto à IA]. Não simplesmente se lance nela — teste primeiro o terreno. Explore as áreas [onde] você pode promover valor de forma recorrente, em vez de mergulhar de cabeça para resolver casos pontuais e de nicho que [...] apenas geram um valor marginal.”
– Praniti Lakhwara, diretora de tecnologia da Zscaler
“Há muita empolgação agora sobre a IA na diretoria. Todos os clientes estão falando com grande entusiasmo sobre a IA, e os conselhos estão pressionando as empresas [a investir em IA]. Acho que haverá muitas organizações que [...] vão investir demais em coisas que acabam por não trazer valor, ou não tanto como as pessoas pensam que trará.”
“Toda grande empresa está fazendo um monte de pequenos projetos-piloto de IA. Ninguém está implantando a IA de forma ampla em toda a organização ainda. [...] O momento agora é de experimentação, e chegará depois um momento de forte recomendação. Qualquer pessoa que esteja se lançando a fazer implantações de IA em toda a empresa nesta altura está um tanto afoita. Não vai valer a pena.”
– Cal Henderson, cofundador e diretor de tecnologia do Slack
“Enfoque o valor. [...] Avalie: Quem está se beneficiando com isso? Qual é esse benefício? [...] Haverá muitas promessas falsas por aí. Adotar uma abordagem lenta e cautelosa será valioso.”
– Andrew Sopko, ex-chefe de tecnologia corporativa da Stripe
Uma decisão crucial no desenvolvimento de uma pilha de tecnologia que inclui IA envolve a escolha entre construir as soluções internamente, comprá-las ou expandir as tecnologias existentes. Como aponta a diretora de tecnologia da Zscaler, Praniti Lakhwara: “Quando estávamos pensando na nossa pilha de tecnologia no contexto da IA, uma das conversas que tivemos foi: ‘O que queremos construir? O que queremos comprar? O que queremos estender?” Ela observa que as preocupações com a privacidade e segurança muitas vezes pautam a decisão de criar a tecnologia internamente, destacando o papel vital da conformidade e da proteção de dados nessas decisões.
Há bastante temor em torno da adoção da IA: ela tomará os empregos? Complicará o trabalho dos funcionários? De acordo com estes líderes de TI, o futuro da colaboração entre humanos e IA é brilhante, e não podemos ter um sem o outro.
“Não acredito que a IA vá substituir todos os empregos ou humanos. Eu realmente acredito que se trata de um acréscimo. Vai ajudar [os humanos] a fazer um trabalho de maior valor.”
– Praniti Lakhwara, diretora de tecnologia da Zscaler
“O trabalho em geral está se tornando mais colaborativo e criativo, e muito disso é impulsionado por tecnologias como a IA. Vejo a IA generativa como uma continuação da tendência geral do local de trabalho nos últimos 30 anos: estamos gradualmente automatizando mais e mais tipos de trabalhos repetitivos.”
– Cal Henderson, cofundador e diretor de tecnologia do Slack
“Estamos nos movendo em direção a um futuro de tentar automatizar o máximo possível e remover a intervenção humana — quando é pouco relevante — o máximo possível. Não vejo a [IA] substituindo os humanos. Trata-se de aumentar a capacidade [humana].”
– Andrew Sopko, ex-chefe de tecnologia corporativa da Stripe
O papel da inteligência artificial na automatização de tarefas não é novo. Como Cal Henderson, diretor de tecnologia (CTO) e co-fundador do Slack, observa: “[A automatização pela IA] é uma continuação do escopo em que já nos encontramos, de automatizar mais e mais tipos de trabalho.” O fato é que a nossa compreensão do que constitui um trabalho complexo está mudando. À medida que a IA assume mais tarefas, os humanos podem se envolver em iniciativas mais gratificantes e estratégicas.
Nos últimos anos, houve uma mudança na forma como os líderes de TI operam. Hoje em dia, é muito mais provável que estejam na vanguarda das iniciativas estratégicas. Como líderes com uma visão de muitos departamentos diferentes, eles têm a perspectiva única de entender e impulsionar os resultados de negócios de alto impacto.
“Como líderes de TI, temos um ponto de vista único. [...] Podemos olhar para todo o negócio: de cima para baixo, e vice-versa. Enquanto a maioria dos intervenientes naturalmente tende a resolver problemas dentro dos seus próprios departamentos, o que deveríamos fazer como líderes estratégicos é resolver esse todo, pensando no assunto de uma perspectiva que abrange de ponta a ponta.”
“[Temos a] capacidade de embasar não apenas as métricas operacionais, mas também as métricas estratégicas. [...] Os líderes de TI estão bem preparados para ter essas conversas e dizer o que funciona e o que não funciona. Isso realmente nos coloca atrás do volante [do ponto de vista] de uma conversa estratégica.”
– Praniti Lakhwara, diretora de tecnologia da Zscaler
“Como líderes de TI, estivemos ocupados implementando muitas soluções, melhorando os processos de negócios e automatizando. Eu me importo muito com essa experiência. Como garantimos que a experiência dos nossos funcionários e das nossas equipes seja coesa e agradável? Acho que essa é uma oportunidade sobre a qual a diretoria de tecnologia e os líderes de TI devem refletir bastante.”
– Saket Srivastava, diretor de tecnologia da Asana
Na The Work Innovation Summit, líderes em várias áreas exibiram uma abundância de otimismo. Eles se mostraram ponderados, incentivadores e entusiasmados com a evolução do local de trabalho e da tecnologia. Mas isso não significa que eles estejam avançando a toda a velocidade sem considerar como essas mudanças afetarão as suas organizações. Como Lakhwara disse: “Algo que tem sido uma alta prioridade para a maioria dos diretores de informática é [impulsionar] um crescimento ponderado e significativo, mas não crescimento a todo custo”. À medida que todos continuamos a nos adaptar, podemos olhar para os líderes de TI em busca de ideias e abordagens criteriosas para expandir um negócio de forma eficaz e a longo prazo.